Abrindo os olhos para as situações desafiadoras da vida - 05/10/2019

 

Na Tailândia, é bastante comum que os mosteiros da tradição Ajahn Chah combinem com hospitais locais para que grupos de monges participem de autópsias. A experiência é poderosa e pode ter um efeito galvanizador na prática de meditação dos monges, especialmente na contemplação do corpo. As imagens e os cheiros deixam impressões duradouras.

Muitos médicos são praticantes budistas entusiasmados. Mas muitos não são. Na verdade, consigo pensar em poucos patologistas que foram motivados pelo seu trabalho com cadáveres a procurar uma compreensão mais profunda da vida e da morte. É claro que a mera proximidade da velhice, da doença e da morte não desperta a mente por si só. Tem que haver prontidão e abertura para aprender com a experiência. Muitas pessoas tornam suas mentes duras e entorpecidas para evitar enfrentar verdades difíceis. Muitos outros adotam crenças reconfortantes. Outros – e isto sempre foi especialmente verdade no caso de soldados e estudantes de medicina – usam o humor para se distanciarem da verdade. Como estudantes do Budismo, devemos tentar ser corajosos o suficiente para abrir os olhos e permitir-nos aprender profundamente com o que vemos.