Tempo e experiência – 28/03/2020

Nós, seres humanos, concordamos que há algo chamado “tempo” que pode ser mensurado por relógios e calendários. Mas o que exatamente o tempo é no mundo real da nossa experiência direta? Podemos conhecer o tempo da forma que conhecemos uma forma visível, um som ou um cheiro? Eu diria que não. O que podemos observar é uma percepção do “tempo passando”, como quando olhamos para um relógio ou para a posição do sol ou da lua. Mas o tempo em si é mais elusivo. E a questão surge: ele é realmente algo, afinal? Essa não é meramente uma questão filosófica. Com tantas pessoas pelo mundo confinadas em suas casas, é importante reconhecer como nosso entendimento do tempo condiciona nossas sensações. Se pensamos no tempo como uma entidade composta de dias, semanas e meses que temos que, de alguma forma, preencher com uma coisa ou outra, o sofrimento certamente surgirá. Mas podemos olhar o tempo de uma forma diferente: como uma sucessão de momentos presentes. Não temos que tentar estar no momento presente, nós já estamos e sempre temos estado lá. O desafio é simplesmente despertar para o que já é o caso. Tendo sido forçados a desacelerar e simplificar a vida, agora é a oportunidade de encontrar um caminho de volta para o momento presente. Livre-se de pensamentos obsessivos, memórias e imaginação, para que serve isso?

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