O caminho do meio – 28/04/2020

Seguir o caminho do meio é frequentemente entendido como a adoção de uma abordagem moderada e intermediária entre duas posições opostas. Mas há um problema óbvio com essa interpretação. Um caminho do meio entre uma opção ruim e outra desastrosa não terminará bem. Ou talvez (um exemplo um tanto improvável), alguém poderia afirmar estar seguindo o caminho do meio, entre viver como um pacifista e ser um serial killer, matando pessoas somente quando elas estiverem realmente furiosas com ele. No senso budista do termo, seguir o caminho do meio requer, primeiro, que estabeleçamos nossa meta: a liberação de todo sofrimento. Os extremos a serem evitados são determinados por essa meta. Esses são as ações, fala e estados mentais obstrutivos dessa realização. Numa de suas palestras de Dhamma, Ajahn Chah os resumia na indulgência em sensações de “gosto” e “não gosto”. O nobre caminho óctuplo é o verdadeiro caminho do meio, porque evita essas armadilhas e propicia um treinamento ótimo para aquele que aspira à libertação.

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