O conselho do Buddha – 14/04/2020

No tempo do Buddha, era esperado que professores espirituais adotassem um posicionamento claro a respeito das doutrinas filosóficas cruciais da época. Essas doutrinas (por ex.: um iluminado existe após a morte, ele não existe, ele tanto existe como não existe, ou nem existe nem não existe?) eram colocadas numa espécie de checklist que os buscadores religiosos usariam como base para questões aos mestres famosos. O Buddha confundia e enfurecia muitas pessoas por sempre se negar a responder tais questões. Ele dizia que elas eram irrelevantes. O assunto do seu ensinamento era o sofrimento e o fim do sofrimento. Nada mais. 

Nesses dias, estamos cercados por muitas questões e assuntos não resolvidos. Embora não tenhamos informações suficientes para chegar a quaisquer conclusões sobre o futuro de nossas vidas e carreiras e nossa sociedade depois que o vírus tiver sido superado, é difícil refrear-se da especulação. Pouco é ganho além de um aumento na ansiedade. Muito melhor em tempos como esse é seguir o conselho do Buddha: voltar a atenção para o que pode ser conhecido e tratado no momento presente. “Aqui, agora, o que é o meu sofrimento? Como eu o sinto? O que é o apego aqui e agora e qual é o combustível para esse sofrimento? Como posso aplicar os ensinamentos do Buddha para largar esse apego e ficar livre do sofrimento?”

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