Na discussão do renascimento podemos tanto adotar uma abordagem mais panorâmica (zoom out) e considerá-lo em termos de uma secessão de vidas, ou uma abordagem mais focalizada (zoom in) e enxergá-lo em termos da sucessão de estados mentais, momento a momento, na vida presente. Ambas são perspectivas legítimas. Mas muitos budistas acham pouco inspiradora ou desanimadora, a meta de colocar um fim no renascimento, porque eles focam muito na primeira dessas opções. Como muitos de nós não tem nenhuma memória de vidas passadas, é muito mais útil concentrar-se na segunda opção. Para fazer isso, examinamos a experiência presente. Refletimos sobre o ensinamento do Buddha de que em cada momento que identificamos um estado mental como “eu” ou “meu”, estamos, num certo sentido, tomando nascimento/nascendo (taking birth). O nascimento (taking of birth) é seguido da morte e de um novo nascimento. De novo e de novo. Podemos ver isso por nós mesmos observando o surgir e desaparecer das várias formas de ganância, raiva e delusão que ocorrem na vida diária. Perguntamos a nós mesmos: “Não seria maravilhoso se nunca tivéssemos de nascer novamente no reino da ganância, ou no reino da raiva ou no reino da delusão?” Se enxergarmos claramente, nossa resposta será sim. Dessa forma, nossos sentimentos sobre um fim para o renascimento começarão a amadurecer.
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