O Buddha-a-ser na boca do gol – 05/05/2020
Era lua cheia de maio. O Buddha-a-ser refletia sobre as práticas ascéticas que havia adotado nos últimos seis anos. Ele percebeu que, embora fosse possível que houvesse ascetas que o igualassem no tanto de dor física que havia suportado ao longo daqueles anos, ninguém nunca, jamais, o havia superado naquilo. E mesmo após todo aquele esforço, depois de toda aquela dor, ele ainda não havia feito nenhum progresso real na sua busca pela iluminação. Naquele momento, lembrou-se de um dia na sua infância quando, enquanto meditava à sombra fresca de uma macieira, sua mente entrou no primeiro jhāna. Lembrou-se do êxtase e do prazer daquele estado meditativo e repentinamente percebeu os erros que havia cometido ao assumir que todos os tipos de prazer eram uma armadilha a ser evitada pelo buscador espiritual. De fato, experienciar o prazer que surgia não conectado à sensualidade e às coisas não saudáveis, ao mesmo tempo em que não se apegava a ele, era o que habilitava a mente para ir além do mundo. Era hora de tomar algum nutrimento para seu corpo e seguir um novo caminho. Naquela noite, ele descobriu as quatro verdades essenciais da existência humana: sofrimento, a causa do sofrimento, a cessação do sofrimento e o caminho em direção à cessação do sofrimento. Ele tornou-se o Buddha.
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