Lidando com ofensas – 15/08/2020

Uma maneira útil de refletir sobre as críticas injustas é lembrar como isso é normal, quantas vezes até o mais puro dos seres foi submetido a tal tratamento. O exemplo mais famoso talvez seja a ocasião em que uma mulher, chamada Ciñca Manavika, aceitou pagamento de professores religiosos com ciúmes do Buddha para acusá-lo de tê-la engravidado. Existem relatos de quase todos os grandes discípulos iluminados sendo falsamente acusados de uma coisa ou outra. Ven. Sariputta forneceu um modelo de como lidar com tal situação. Em uma ocasião, ele foi acusado por outro monge de ter batido nele e depois deixado o mosteiro sem se desculpar. O Buddha sabia que aquilo não podia ser verdade, mas mesmo assim convocou uma reunião para examinar o assunto, assegurando que não haveria motivos para crítica de que ele havia sido parcial em favor de seu discípulo sênior. 

No decurso de sua defesa, o Ven. Sariputta comparou sua mente aos quatro elementos. Ele disse que as pessoas jogam coisas impuras – fezes, urina, saliva, pus e sangue – na terra e as lavam com água; o fogo queima aquelas coisas impuras e o ar sopra sobre elas. Apesar de entrar em contato com todo tipo de coisas impuras, os elementos terra, água, fogo e ar não são repelidos, humilhados ou enojados por elas. Da mesma forma, ele, Sariputta, vivia em meio a calúnias e fofocas maliciosas com uma mente como a terra, como a água, como o fogo, como o ar, “vasto, exaltado e incomensurável, sem inimizade ou má vontade”.

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