Leigos em retiro no mosteiro – 03/10/2020

Quando meditadores leigos vão ficar em um mosteiro por um longo período em retiro, eles frequentemente sentem que sua prática está piorando em vez de melhorar. Eles podem, por exemplo, encontrarem-se sendo muito críticos com as pessoas ao seu redor. Eles podem se tornar obcecados por assuntos que em suas casas, dizem, achariam muito fácil deixar passar. No mosteiro, todas as suas falhas parecem ampliadas. Algumas pessoas perdem a fé no treinamento; outras perdem a fé em si mesmas. 

Se alguém for pego neste tipo de dúvida, o primeiro refúgio é a paciência. O treinamento budista não é — numa analogia familiar — uma corrida de 100 metros. Nem é uma maratona. É mais como uma grande quantidade de ultramaratonas, uma após a outra. Mas isso só é um problema se você tiver algo melhor para fazer da vida. O conselho que dou é ver a dúvida como dúvida e seguir em frente. 

Hoje eu disse a um aluno: “Sem expectativa ou comparação, apenas lide o melhor que puder com tudo o que surgir, momento a momento”. O mosteiro é um local projetado para reduzir drasticamente as distrações. Quando você não tem onde se esconder, as impurezas aparecem como manchas em um tecido branco. Isso é uma coisa boa. É apenas quando você vê claramente as impurezas que pode encontrar o caminho para se libertar delas.

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