O coração aberto para a verdade – 15/06/2021

Muitos anos atrás, em meu mosteiro na província de Ubon, um jovem monge europeu com dom para línguas estava fazendo um bom progresso em seu estudo do tailandês. Um dia, depois de fazer meu discurso semanal sobre o Dhamma para os moradores locais, perguntei a ele o quanto havia entendido da conversa. Ele disse que quase tudo. Expressei minha apreciação e pedi a ele que resumisse os pontos principais. Seu resumo confiante não tinha quase nenhuma conexão com os temas principais da palestra. Percebi que ele havia costurado involuntariamente uma narrativa com as palavras que conhecia e ignorado aquelas que não conhecia. 

Seja em assuntos mundanos ou espirituais, tendemos a negligenciar ou minimizar o que não sabemos. Quando carecemos de conhecimento, nosso anseio por coisas que façam sentido pode nos tornar descuidados. Como podemos ter certeza de que os pedaços que não conhecemos não são os mais importantes? Levar em consideração a extensão de nossa ignorância e não a ignorar ou minimizar é essencial no caminho da sabedoria. É o coração humilde que está aberto para a verdade.

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