Observando a criação de um senso de eu – 22/06/2021


Na maioria das práticas do Dhamma, um bom princípio básico é começar com o grosseiro e fácil e mover-se pacientemente para o sutil e difícil. Isso certamente é verdade com relação ao soltar-se do eu (letting go of self). Duas ocasiões em que o senso de eu tende a surgir com muita força são quando as pessoas fazem comentários negativos sobre nossa aparência física ou quando somos vítimas de falsas acusações. Observando como a mente reage em tais situações desafiadoras, podemos formar uma consciência inicial de como surge o apego ao eu e de como a mente se sente. Podemos ver que aquele apego não é algo inerente à situação, mas algo que adicionamos a ela. Essa consciência pode então ser cultivada em um grau cada vez mais refinado. Por fim, podemos estar cientes do movimento reativo mais sutil da mente. 

Utilizei o termo “senso de eu” acima para me referir à consciência, percepções e pensamentos de ‘eu’ e ‘meu’ que surgem e desaparecem na mente. O surgimento de ‘eu’ e ‘meu’ não é outra coisa senão o surgimento do sofrimento. Abandonar o apego ao corpo e à mente como ‘eu’ e ‘meu’ é a sua cessação.

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