Nibbidā e a mente de macaco – 17/07/2021

 

Os macacos costumam aparecer nos textos budistas como símbolos de inquietação mental. Quando agitada, a mente é comumente referida pelos professores de meditação como a “mente de macaco”. O raciocínio é claro: a “mente de macaco” pula de um pensamento e ideia para outro, assim como em uma floresta um macaco balança sem rumo entre as árvores, de galho em galho.

Em alguns casos, a "mente de macaco" recebe um significado mais geral. Aqui, a superficialidade inquieta da mente não treinada é considerada sua característica definidora, e o termo “mente de macaco” é usado para significar “mente não iluminada”.

É neste segundo sentido que Ajahn Chah usou a metáfora do macaco para explicar a natureza de nibbidā, ou desencanto. Nibbidā é o termo que o Buddha atribuiu a uma nova e profunda perspectiva sobre o corpo e a mente que pode surgir por meio da prática do Dhamma. Os meditadores podem, às vezes, presumir erroneamente que sensações impermanentes de aversão pelo mundo sensorial são uma experiência de nibbidā. Ajahn Chah diria que eles estavam simplesmente experimentando o desencanto temporário do macaco entediado. O verdadeiro nibbidā significava estar desencantado com o próprio macaco.

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