Raiva virtuosa? — 21/08/2021
Uma ideia cultural popular no ocidente sustenta que a raiva pode, em certas circunstâncias —ao enfrentar a injustiça, por exemplo— ser virtuosa. Tornou-se lugar comum acreditar que, em tais casos, as únicas alternativas à raiva seriam a indiferença ou o desespero.
Mas, para uma visão budista, permitir que a raiva entre na mente é como permitir que um fogo seja aceso no solo de uma floresta seca. Ela engolfa a mente e distorce o julgamento. A raiva torna a mente míope e grosseira, incapaz de perceber as sutilezas e complexidades das situações. Ela cria demônios dos oponentes, enquanto justifica as próprias faltas. A raiva pode muito bem fornecer motivação, mas é a motivação dos tolos e, em última análise, não resolve nada.
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