Do que dependerá a sobrevivência do budismo no futuro — 04/09/2021

Há um pequeno pedaço de arenito em meu santuário. Por quatorze séculos, ele fez parte de um dos dois enormes Buddhas de Bamiã, no centro do Afeganistão. Recebi a pedra de um budista leigo tailandês há quase vinte anos. Ele a havia obtido durante uma visita a Bamiã como membro de uma organização internacional. Na época da sua chegada, os Buddhas já haviam sido destruídos pelo Talibã, e meu pedaço de rocha era simplesmente entulho. 

As coisas criadas podem ser resistentes à mudança, mas não são imunes a ela. As estruturas religiosas construídas para durar mil anos podem de fato sobreviver às predações da natureza por esse tempo, mas quem pode prever como serão percebidas e para que serão usadas no futuro? O exército britânico usou o pagode Shwedagon em Rangum como um forte em meados do século XIX. Dos monumentos budistas na Índia não destruídos por membros de outras religiões, muitos foram renomeados e apropriados por eles. 

A sobrevivência ou não do budismo nos próximos séculos não dependerá de materiais como arenito ou mesmo granito. Dependerá de nutrir a chama do Dhamma nos corações e mentes dos seres vivos. Não temos que lutar contra a impermanência, apenas entendê-la.

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