Contrapondo-se à autoavaliação enganosa — 02/10/2021

Os seres humanos não são muito bons em autoavaliação. Superestimar conhecimentos, habilidades e compreensão são comuns em todas as esferas da vida. Um estudo com empresas de alta tecnologia nos EUA descobriu que entre 30 a 40% dos engenheiros de software classificavam suas habilidades entre as 5% melhores de sua empresa. Em uma pesquisa bem conhecida da Universidade de Nebraska, 90% dos membros do corpo docente classificaram seu ensino como acima da média, e 68% acreditavam estar entre os 25% melhores. 

Nossa tendência de encobrir, justificar ou ignorar totalmente nossas falhas pode ter sérias repercussões. Para evitar isso, precisamos nos comprometer com saccaparamī, a perfeição da verdade. Por meio desse amor à verdade e rejeição de todo engano, podemos encontrar a coragem de olhar para dentro, sem vacilar, até mesmo para as coisas mais incômodas. Ajudados pela paciência e pelo perdão, podemos lidar com nossas deficiências da maneira mais sábia. 

Ao mesmo tempo, precisamos estar abertos a feedbacks e incentivá-los ativamente. Mesmo fortalecidos pelo amor à verdade, muitas vezes somos vítimas de vieses e pontos cegos. Bons amigos, dispostos quando necessário a falar claramente conosco, são de uma ajuda inestimável no caminho. 

A terceira qualidade que precisamos invocar é chanda, motivação sábia. Superestimar-se geralmente é o resultado de nosso desejo por recompensas externas ou validação. Quando nossa alegria está no aprendizado em si e em enfrentar os desafios do caminho, perdemos nossa complacência. O caminho para o sucesso, seja mundano ou espiritual, começa com chanda.

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