Um trabalho “fácil” — 09/10/2021

Outro dia, uma leiga budista me contou sobre a frustração que sentia ao tentar encorajar sua filha a se interessar pelo Dhamma. Ela disse que sua filha insistia que, na idade dela, ainda não havia necessidade de fazê-lo. O budismo é todo sobre o sofrimento, disse a jovem, e ela tinha muito pouco. Na sua idade, estava mais interessada em curtir a vida. 

Sugeri que a mãe oferecesse à filha um emprego de três horas com uma remuneração generosa. Tudo o que ela teria que fazer para ganhar o dinheiro seria entrar em uma sala vazia sem nenhum de seus dispositivos, sem livro ou qualquer outra distração, e passar as três horas em sua própria companhia. Ela teria que estar ciente que: se tentasse escapar indo dormir, não seria paga. 

Esse tipo de experiência pode mudar vidas. Percebendo o quão difícil é estar consigo mesmo, que desafio é estar vivo sem distração, o quanto de nossa atividade diária é na verdade uma estratégia para ter certeza de que estamos com a gente mesmo o mínimo possível: todos esses insights podem fazer os ensinamentos do Buddha ganharem vida. Um interesse genuíno pelo budismo não requer um grande salto de fé, mas apenas um primeiro despertar para a condição humana.

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