Como o desejo distorce a percepção – 15/01/2022
Uma marca dos grandes professores é sua capacidade de explicar os assuntos mais profundos em uma linguagem simples e, no entanto, de forma alguma trair seu significado profundo. Ajahn Chah costumava usar objetos comuns ao seu redor para ensinar o Dhamma. Ao fazer isso, ele o desmistificava. Ele mostrou como as ideias mais transformadoras raramente são intelectualmente complexas. Se elas parecem difíceis é porque se opõem aos nossos hábitos e apegos.
Explicando como o desejo distorce a percepção, ele pegava um objeto próximo e dizia: “Se você quer que ele seja longo, ele parecerá curto demais; se quiser que ele seja curto, ele parecerá longo demais”.
Ao falar sobre a atitude a tomar em relação à natureza transitória condicionada de tudo o que amamos, ele apontava para o copo de água ao seu lado: "Você precisa enxergar que este copo já está quebrado". Rindo, de como atribuímos nosso sofrimento a outras pessoas ou situações, ele apontava para sua bolsa de monge. É como se, dizia ele, você tivesse uma bolsa cheia de excrementos e então andasse de um lado para o outro com a bolsa no ombro, reclamando do mau cheiro em todo lugar em que passasse.
* 16 de janeiro de 2022 marca o 30º aniversário do falecimento de Ajahn Chah
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