Duas formas de enxergar e de lidar com as impurezas — 28/05/2022
Os discursos dos grandes mestres da Tradição da Floresta Tailandesa frequentemente incluíam imagens marciais. As impurezas são chamadas de nossos inimigos amargos, cruéis, astutos e sem escrúpulos. O meditador tem de matá-las ou pelo menos — para usar uma metáfora do boxe — nocauteá-las para fora do ringue.
Essa maneira de falar sobre a prática é compreensível, uma vez que a audiência era, em sua maioria, monges no auge da vida. A imagem do guerreiro espiritual é poderosa para homens jovens. Durante alguns anos fui um desses jovens e fui devidamente inspirado.
No entanto, com o passar do tempo, passei a olhar para as impurezas de uma maneira ligeiramente diferente. Agora vejo o valor de investigar as maneiras pelas quais as impurezas mais teimosas parecem responder a algumas necessidades profundas dentro de nós. Se estamos engajados em uma guerra, essa é uma guerra civil, e temos entes queridos em ambos os lados.
Precisamos identificar qual é a necessidade que a impureza parece atender. Como essa necessidade pode ser abandonada, atacada pelos flancos ou substituída? Este tipo de investigação não substitui a prática de samādhi. Ele a complementa.
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