Nossos estados mentais e a percepção do outro - 10/05/2022

Quando entrei no mosteiro pela primeira vez, fiquei inspirado por um certo jovem monge. Ele parecia encarnar as virtudes monásticas da paciência, diligência, contenção, bondade, gentileza e calma, que eu tanto admirava.

Um dia, fiquei chocado ao descobrir que o monge havia deixado os mantos. Mais tarde, soube que o que eu supunha ser sua modéstia e calma eram, na verdade, timidez e insegurança. Sua mente estava cheia de dúvidas e confusão. Para ele, cada dia no mosteiro era uma luta. Percebi o quanto eu havia projetado nele. Meu desejo por um bom modelo me cegou para a dor do monge.

Experiências como essa, quando nos mostram o quanto estávamos errados sobre alguém, são importantes oportunidades de aprendizado. Refletindo sobre elas, obtemos insights sobre as maneiras pelas quais nossos desejos e medos, esperanças e expectativas influenciam nossas percepções das pessoas ao nosso redor. Reconhecer o surgimento e desaparecimento dos estados mentais na meditação está no centro da nossa prática do Dhamma. Mas também é importante investigar como, na ausência de consciência, esses estados mentais condicionam nossa conduta e nossas relações no mundo.



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