Considerações sobre o caminho do meio – 12/07/2022

Pessoas espertas podem fazer qualquer ponto de vista parecer razoável apresentando-o como um “caminho do meio”. Tudo o que elas precisam fazer é selecionar um ponto de vista mais extremo do que o que eles sustentam e outro menos. Então eles simplesmente proclamam que seu ponto de vista – um ponto de vista "moderado e equilibrado" –  está na distância certa entre essas duas opções obviamente não razoáveis. Para pessoas sem tempo ou energia para investigar todas as diferentes opiniões sobre um assunto, uma posição que parece ser um caminho do meio é muito atraente. E assim muitos pontos de vista falsos são adotados livremente.

Em seu primeiro discurso, o Buddha apresentou seu ensinamento como um Caminho do Meio. Mas para ele, fazer isso não era um mero recurso retórico. O ponto de vista dominante entre as pessoas de sua geração era que a vida oferecia uma simples escolha binária. A primeira escolha era a busca da felicidade através dos sentidos, o caminho do chefe de família. A segunda era a busca de uma felicidade espiritual mais elevada, opondo-se à força do vício do corpo pelos prazeres dos sentidos. A descoberta do Buddha foi que havia uma terceira opção. Ela evitava os becos sem saída da sensualidade e do ascetismo. Era uma busca pela felicidade suprema por meio de uma educação abrangente e holística do corpo e da mente. Ele chamou essa opção de caminho do meio de o Nobre Caminho Óctuplo.

Os caminhos do meio não podem ser avaliados apenas por sua relação com outros caminhos. Eles devem ser avaliados principalmente por sua relação com a verdade. O Buddha enfatizou que seu caminho do meio não deveria ser aceito por fé, ou porque soasse razoável, mas deveria, sim, ser posto à prova da experiência direta.

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