O pensamento não é inimigo da meditação – 09/07/2022
O pensamento em si não é inimigo da meditação. É um fenômeno natural. Torna-se um problema quando não temos consciência do pensamento como simples pensamento, agarramo-nos a ele e lhe damos um significado indevido.
O corpo sente uma corrente de ar fria e estremece involuntariamente. O ouvido ouve um som e o pensamento "pássaro cantando" surge espontaneamente na mente. Tanto o arrepio quanto a percepção são reações simples a estímulos: um físico e um mental. Em ambos os casos, uma mente não protegida pela presença mental e sabedoria tenderá a adicionar algo à reação inicial. No caso do arrepio, o complemento pode ser uma onda de aversão ao desconforto. No caso de uma percepção mental, o complemento pode ser alimentado por desconforto ou prazer, mas geralmente se manifestará como uma cadeia de pensamentos. Na meditação, um pensamento de reação inicial tal como “pássaro cantando” não é uma obstrução à meditação, mas permitir que a mente prolifere com base no pensamento certamente é. "Pássaro cantando -> som bonito -> me lembra daquele pássaro na varanda do nosso hotel no verão passado -> que férias maravilhosas -> houve aquele dia em que…” Tudo em um curto momento.
Deixar passar as distrações é uma habilidade importante a ser desenvolvida. Ainda mais importante é aprender a reduzir a necessidade de deixar passar. Desenvolver uma consciência clara e afiada no momento presente permite que os pensamentos reativos iniciais passem sem deixar vestígios.
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