A bondade com sabedoria – Ajahn Jayasāro 06/08/2022
A bondade sem sabedoria, às vezes, pode fazer mais mal do que bem. A bondade guiada pela sabedoria é mais eficaz porque leva em consideração o bem-estar geral e a longo prazo da pessoa para a qual direcionamos nossa bondade.
Um pequeno e jovem noviço recebeu a grande honra de se tornar um dos assistentes pessoais de Ajahn Chah. Nos primeiros dias, ele se sentiu sobrecarregado com seu novo posto, mas gradualmente a mettā demonstrada a ele por Luang Pó o fez sentir-se mais confortável. Um dia, enquanto limpava um armário, o jovem noviço encontrou um azulejo de cerâmica com a imagem de seu professor. Parecia estar ali há muito tempo. Ele pensou o quanto sua mãe iria apreciá-lo. Mais tarde naquele dia, sozinho com Luang Pó, ele criou coragem e perguntou se poderia ficar com o azulejo. De repente — e para consternação do noviço — o rosto gentil de Luang Pó transformou-se em uma máscara fria. Ele descartou o pedido em um tom áspero que mortificou profundamente o jovem.
Depois que o noviço completou seu período como assistente pessoal, ele foi enviado para outro mosteiro. Um dia, três meses depois, ele foi procurado por um monge recém-chegado. O monge entregou-lhe o azulejo. Luang Pó, disse ele, o havia instruído para entregá-lo ao noviço.
Naquele momento, o jovem noviço percebeu que Luang Pó pretendia, o tempo todo, que ele ficasse com o azulejo. Mas ele não queria que o rapaz ficasse com a ideia de que servir ao professor o tornava elegível para presentes ou regalias de qualquer tipo. O semblante severo de Luang Pó havia sido uma expressão de sua mettā tanto quanto seus sorrisos calorosos de avô.
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