Nossas ideias sobre a vida e a foto de uma cachoeira – Ajahn Jayasāro 06/09/2022


Uma fotografia de uma cachoeira pode ser excepcionalmente vívida e bem enquadrada. Talvez evoque habilmente a beleza refrescante de uma cachoeira descoberta por acaso em uma trilha pela selva. Talvez transmita brilhantemente a grandiosidade inspiradora de enormes e famosas cachoeiras como Niagara. Mas não importa o quão brilhante seja a fotografia, ela irá, necessariamente, omitir o elemento mais essencial da cachoeira. Ela só poderá ser uma imagem parada de algo que nunca está parado, nem por um momento: água caindo.

Nossas vidas, como escreveu um grande mestre, são como cachoeiras. Caímos, momento a momento, do nascimento para a morte, como água caindo de um penhasco. Mas quando pensamos em vidas, tendemos a pensar nelas como entidades fixas. Temos ideias de que essa pessoa é assim, e aquela pessoa é assado. Na verdade, são apenas fotografias. Não importa quão precisas possamos acreditar que sejam, devemos nos lembrar de que essas ideias podem somente ser imagens imóveis de algo que nunca é imóvel: vidas passando, vidas caindo do nascimento para a morte. Nossas ideias sobre nós mesmos e os outros podem ser verdadeiras em um certo sentido. Mas elas somente podem ser verdadeiras da forma em que uma fotografia é uma representação verdadeira do movimento.

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