A dúvida no âmbito da meditação – Ajahn Jayasaro – 29/11/2022
A dúvida nem sempre é algo ruim. Pode ser uma expressão de inteligência: o reconhecimento de que faltam informações vitais necessárias para tomar uma boa decisão. Nesses casos, a presença da dúvida é uma indicação de que você está sendo circunspecto, não excessivamente impulsivo.
Na meditação, entretanto, a dúvida é quase sempre um obstáculo. Uma de suas formas mais comuns é ir pelo mesmo velho caminho, repetidamente. Muitas vezes surge do desejo irreal de ter certeza absoluta de que aquela técnica de meditação será bem-sucedida antes de se comprometer com ela. Não pode haver tais garantias e, mais cedo ou mais tarde, você terá que dar um salto de fé. Somente após um período razoável de esforço sincero, você poderá avaliar se aquela técnica funciona ou não para você. A dúvida também pode assumir a forma de especulação sobre fenômenos que surgem durante a meditação: “O que é isso? O que isso significa? Por que isso está acontecendo?” Nesses casos, uma análise pode ser benéfica, mas não durante o período de meditação. Durante a meditação, tudo o que você precisa é empunhar a espada de diamante do Buddha, ou seja, a lembrança de que “tudo o que é da natureza de surgir, é da natureza de cessar”.
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