Contrariar expectativas como meio hábil de ensino – Ajahn Jayasaro – 01/11/2022
Um velho conto narra a história do abade de um mosteiro que descobre um dia que um noviço adolescente está se esgueirando tarde da noite para se divertir no vilarejo local. Naquela noite, o abade se esconde atrás de uma árvore. Ele observa o noviço, vestido como um leigo, subir em uma pedra e de lá escalar o muro do mosteiro. O abade afasta a pedra um pouco e espera pacientemente o retorno do noviço. Nas primeiras horas da manhã, ele ouve a aproximação do noviço. O abade agacha-se no lugar da pedra. Na escuridão, o noviço chega ao topo do muro, desce sobre a pedra e salta para o chão. Algo parece errado. Ele olha para a pedra e, para seu horror, vê seu professor. Oh não! Ele colocou seus pés sujos na cabeça do seu venerável mestre! Desastre. Mas o abade simplesmente lhe diz com uma voz amável: “Está fazendo muito frio esses dias. Se você vai sair à noite, deve vestir uma roupa mais quente.” E sem mais uma palavra, o abade volta à sua morada. A partir desse dia, dizem, o noviço vira uma nova página e cumpre de bom grado todos os regulamentos monásticos.
Contrariar as expectativas é sempre poderoso. Na literatura e no drama, intensifica tanto a tragédia quanto a comédia. Nas relações entre professores e alunos, pode ser empregado como um meio hábil. Demonstrar bondade genuína em uma situação em que isso não é esperado pode, às vezes, atingir o coração de um aluno de uma maneira que palavras severas e punições não poderiam.
Contrariar as expectativas é sempre poderoso. Na literatura e no drama, intensifica tanto a tragédia quanto a comédia. Nas relações entre professores e alunos, pode ser empregado como um meio hábil. Demonstrar bondade genuína em uma situação em que isso não é esperado pode, às vezes, atingir o coração de um aluno de uma maneira que palavras severas e punições não poderiam.
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