O funcionamento do kamma e a equanimidade – Ajahn Jayasāro 11/02/2023

Podemos nos tornar indiferentes endurecendo nosso coração para as coisas que nos aborrecem. Mas fazer isso nos reduz como seres humanos. O cultivo da equanimidade é um caminho melhor a seguir. Equanimidade (upekkhā) muitas vezes pode ser confundida com indiferença, mas é um mundo à parte. Com indiferença, nosso coração se torna murcho e seco. Com equanimidade, torna-se ilimitado.

A equanimidade é um equilíbrio mental inabalável. É uma estabilidade que resulta do insight sobre o funcionamento do Kamma. Quanto mais vemos como nossas experiências são condicionadas por ações volitivas do corpo, da fala e da mente, mais natural se torna essa estabilidade.

Vemos como todos os seres são os donos de seu kamma, e nessa aceitação a mente repousa em equanimidade. Procuramos ajudar os outros a serem felizes e a se libertarem do sofrimento. Mas fazemos isso com o reconhecimento de que nossos esforços são apenas uma condição entre muitas. Fazemos o que podemos e depois deixamos de lado os resultados. Voltamos à equanimidade. A equanimidade é nossa base, nosso modo padrão.

A equanimidade não é um objetivo em si. Quando podemos abrir nossos olhos para as situações, sem preconceito, e aceitá-las totalmente pelo que são, estamos prontos para agir com sabedoria. Atos motivados por mettā e compaixão são mais poderosos quando fundamentados na equanimidade.