O risco da pretensão de ser um especialista no Dhamma – Ajahn Jayasāro – 18/02/2023
Um dos primeiros livros de Dhamma que li quando adolescente foi “Mente Zen, Mente de Principiante”, de Suzuki Roshi. Ele me afetou profundamente. Hoje relembro o livro com muito carinho. Adorei a linguagem única e poética em que os ensinamentos foram expressos. Agora, lembro com gratidão e alegria do esclarecimento que a leitura do livro me proporcionou.
Suzuki Roshi diz na frase que dá nome ao livro: “Na mente do principiante há muitas possibilidades, mas na do especialista há poucas”.
Meu entendimento é que Suzuki Roshi não pretende denegrir o aprendizado em si, mas a atitude em relação a ele. Certamente é importante obter uma base teórica sólida no Dhamma por meio do estudo. Mas é igualmente importante evitar se apegar a esse conhecimento e criar uma identidade – “eu sou um especialista” – a partir dele. Quando fazemos isso, podemos obter uma certa satisfação intelectual do Dhamma, mas à custa de uma grande e trágica perda. A mente perde o frescor e a abertura necessários para perceber o significado profundo dos textos como uma experiência direta. E sem isso como objetivo, o estudo do budismo, não importa quão elevado seja, está fadado a permanecer um empreendimento essencialmente mundano.
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