Aprendendo a encontrar refúgio no céu da mente – Ajahn Jayasāro 28/03/2023

Às vezes, as pessoas que se comprometem com uma estratégia ou curso de ação que se provam insensatos relutam em abandoná-los. Elas não podem aceitar que todo o seu investimento de tempo, esforço, dinheiro, prestígio etc. foram desperdiçados. Elas continuam pelo mesmo caminho infrutífero na esperança cega de que, no futuro, algo melhore de alguma forma. Ao fazer isso, elas aumentam suas perdas. Isso é chamado de “falácia dos custos irrecuperáveis”. Os líderes que procuram reunir seu país em torno de uma guerra tola empregarão esse modo de pensar. Eles dizem: “Nunca desistiremos. Se pararmos agora, a morte de todos os nossos bravos soldados terá sido em vão”. A solução deles: a morte de mais bravos soldados.

A estratégia mais tola com a qual podemos nos comprometer na vida é a proteção e a promoção do eu. O que poderia ser mais exaustivo e deprimente do que colocar esse amontoado de desejos e medos que chamamos de eu, no centro de nossa existência?

Uma alternativa se torna clara quando começamos a observar nossa mente mais de perto durante a meditação. À medida que a presença mental (sati) se torna mais forte, esse “eu” que sempre pareceu ser tão real, sólido e exigente, revela-se tênue e insubstancial. Em samādhi, ele desaparece completamente por um tempo. Nós aprendemos como encontrar refúgio no céu da mente, em vez de nas nuvens passageiras da autopreocupação.


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