Equanimidade ou indiferença? - 01/07/2023
Imagine que, dirigindo por uma estrada solitária, você veja um carro batido numa árvore. Você estaciona e corre para ver o que pode fazer. Ao se aproximar do carro, você avista o motorista inconsciente atrás do volante. Você percebe um cheiro forte de álcool. Você chega à conclusão de que o motorista estava quase certamente bêbado quando bateu o seu carro. O que você faz em seguida? Você diz a si mesmo(a): “Bem feito!”; volta para o seu carro e vai embora? Não acho que você faria isso. Acho que você pegaria seu telefone e chamaria a ambulância.
A resposta budista ao sofrimento, qualquer que seja a sua causa, é guiada pela compaixão - “Posso ajudar?” - e pela sabedoria - “Qual a melhor forma de ajudar?” A ideia de que acreditar que uma pessoa está recebendo os frutos de ações passadas nos torna indiferentes às suas dificuldades é falsa. Ela deturpa seriamente os ensinamentos do Buddha sobre ação volitiva (kamma). Indiferença ao sofrimento de nossos companheiros é uma perversão da equanimidade, não a sua expressão.
Saber a relação entre o consumo de álcool e acidentes de carro é útil. Pode nos ajudar a prevenir acidentes futuros. Da mesma forma, saber a relação entre ações insensatas e o sofrimento pode nos ajudar a prevenir tal sofrimento no futuro. Enquanto isso, fazemos o que podemos para reduzir o sofrimento que já está presente.
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