A transcendência de todas as categorias - 22/08/2023
Se o Hamlet tivesse sido um príncipe indiano em vez de dinamarquês, seu solilóquio poderia ter sido: “Ser ou não ser, eis a questão. Ou tanto ser quanto não ser. Ou nem ser nem não ser.” Certamente ele teria se deparado com esse quadrilema clássico, de abrangência supostamente universal, na universidade. E se ele tivesse se encontrado com um monge budista, ele poderia ter ficado ainda mais confuso. Ou talvez menos. O monge lhe teria dito que nenhuma dessas quatro possibilidades se aplica a um ser iluminado.
Em uma ocasião, um brâmane estupefato perguntou ao Buddha se ele era algum tipo de deus, anjo ou demônio. O Buddha disse que não. Depois, perguntou se ele era apenas um ser humano. Novamente, o Buddha disse que não, ele não era. Ele era Buddha. Ao responder dessa forma ele não estava propondo uma nova categoria de ser. Ele estava dando um nome à transcendência de todas as categorias.
Criar categorias é uma ferramenta útil para organizar informações e aplicá-las. Mas a verdade suprema e ilimitada não pode ser captada em uma categoria criada pela mente racional e limitada dos humanos. De fato, é irracional pensar que poderia ser assim.
Há apenas uma maneira confiável de abordar a profunda questão da budeidade (a qualidade de Buddha). Como o Buddha ensinou o Venerável Vakkhali: “Aquele que vê o Dhamma, vê o Buddha.”
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