Nem o mesmo, nem diferente: contemplando anattā - 21/10/2023

Suponha que você tire uma foto com o seu celular e a compartilhe com um amigo. A imagem que aparece na tela do seu amigo é a mesma ou é diferente da que você enviou? É tanto ambas quanto nenhuma das duas, não é? A imagem é a mesma no sentido de que consiste exatamente dos mesmos pixéis da original. Ela é diferente no sentido de que os pixéis que constituem a imagem no celular do seu amigo não são os mesmos que os do seu celular.

Suponha que você acenda uma vela nova com a chama de uma velha que está prestes a se apagar. A nova chama é a mesma ou é diferente daquela da vela anterior? Nem a mesma, nem diferente.

Compare quem você é hoje com quem você era há vinte anos, há dez anos, há cinco anos, há um ano. Você é a mesma pessoa ou uma pessoa diferente? E quanto a você hoje e você ontem? Você agora e você quando acordou hoje de manhã? Você agora mesmo e você quando começou a ler esta página? Você quando começou a ler esta frase e você agora que chegou no ponto de interrogação?

É contemplando esse princípio de continuidade, de “nem o mesmo, nem diferente” em suas várias formas que podemos abordar a verdade de anattā.

 

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