Quando mettā bate na porta – 13/02/2024

 

Era uma noite muito fria no interior da Inglaterra. Eu tinha dezenove anos e estava sentado com amigos perto de uma lareira, assistindo televisão. Senti uma onda quase avassaladora de amor me percorrer. Havia uma razão óbvia para isso: eu tinha meu braço em volta da minha namorada da época, uma jovem mulher que havia dito em muitas ocasiões que era apaixonada por mim. Mas eu havia retornado recentemente do meu primeiro retiro de dez dias e estava aprendendo sobre como não tirar conclusões apressadas. De alguma forma, eu sabia que aquela sensação não estava atada à jovem mulher ao meu lado. Num impulso, tentei projetar aquela sensação para a irmã da minha namorada sentada do lado oposto, e consegui. Então tentei projetá-la para o namorado dela, e pude fazer isso. Então projetei o sentimento para um vaso de flores sobre a mesa. Finalmente o projetei para o aparelho de televisão. Então eu experienciei totalmente a sensação. Eu pensei: "Que sensação maravilhosa! Ela não depende de um objeto em particular. Quanto menos focada ela está em um objeto, mais sublime ela é". Então alguém disse alguma coisa, alguém riu, alguém me tocou gentilmente nas costas, e eu fui atraído de volta para o mundo mundano.


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