Os livros e a vida – 05/03/2024
Como adolescente, livros me levavam para o mundo adulto. Começou com Shakespeare. Ele me ensinou a olhar para os desafios morais num contexto psicológico em vez de doutrinal. Tolstoy me levava a olhar os eventos em termos de uma cadeia complexa de causas e condições. Aos dezesseis, descobri as novelas de Herman Hesse. "Siddhartha" ascendeu uma chama dentro de mim. Determinei-me a ir para a Índia assim que eu terminasse o ensino médio. Mas foram nas palavras de Alan Watts que encontrei a maior inspiração. Comecei lendo "O caminho do Zen" num banco de parque em Cambridge e fiquei tão encantado por ele que quase perdi o ônibus pra casa. Mesmo o título dos seus livros eram maravilhosos: "A sabedoria da Insegurança" era um favorito, em particular. Nos anos setenta, o budismo Theravāda era pouco conhecido. O budismo chinês e japonês eram mais populares. Então eu li os trabalhos de Charles Luk e DT Suzuki. Mas foi ao terminar a novela "O zen e a arte da manutenção de motocicletas" que eu fiquei certo que havia descoberto uma obra prima. Inevitavelmente, meus estudos escolares sofreram nessa época. Mas eu fazia o suficiente para continuar levando. Minha mente estava em outro lugar.
Na Índia, eu lia todos os livros que podia trocar com amigos viajantes. Uns que ficaram na minha cabeça até hoje são: "Esteja aqui agora", "Viagem a Ixtlan", "Mente Zen, mente de principiante", e "Muito além do materialismo espiritual". Nessa época, eu estava de volta à Europa, trabalhando numa fazenda suíça, e tudo que eu precisava para me sustentar era uma antologia dos ensinamentos do Cânone Páli. Eu havia encontrado o meu caminho.
Leia amplamente. Experimente coisas por um tempo. Depois faça um compromisso firme com uma determinada coisa. Dê sua vida por ela se você puder.
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