O rugido de um leão inofensivo - 24/06/2024

Em uma ocasião, o Venerável Sāriputta foi falsamente acusado de ter atacado um outro monge fisicamente. Por mais absurda que fosse a acusação, o Buddha não a rejeitou imediatamente. Em vez disso, ele convocou uma reunião da Sangha na qual o acusador foi convidado a repetir suas alegações publicamente e ao Venerável Sāriputta foi dada a oportunidade de replicá-las. A resposta do Venerável Sāriputta foi tão elegante e tão poderosa que passou a ser conhecida como o seu "rugido de leão".

O Venerável Sāriputta não ficou magoado ou ofendido pelas acusações, pois ele era incapaz de tomá-las pessoalmente:

"Assim como, Senhor, as pessoas jogam na terra coisas limpas e sujas, estrume, urina, saliva, pus e sangue; mas, apesar de tudo, a terra não sente repúdio, repugnância ou nojo. Da mesma forma, Senhor, eu permaneço com um coração que é como a terra, largo, extenso e imensurável, sem hostilidade nem má vontade. Assim como, Senhor, as pessoas lavam na água coisas limpas e sujas ... eu também permaneço com um coração que é como a água ... Assim como, Senhor, o fogo queima coisas limpas e sujas ... eu também permaneço com um coração que é como o fogo. Assim como, Senhor, o vento sopra coisas limpas e sujas ... eu também permaneço com um coração como o vento."

O Venerável Sāriputta então compara a ausência de orgulho no seu coração a uma criança da casta mais baixa, com a tigela de esmolas nas mãos; sua ausência de agressão, a um touro bem treinado com seus chifres cortados. Somente, ele diz, se estivesse encantado por seu corpo físico, surgiria a volição de agredir. Ele não está encantado dessa forma.

O Buddha diz ao Venerável Sāriputta: "Sāriputta, perdoe este homem tolo antes que sua cabeça exploda em sete pedaços."  

 
 

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