Advertências do Buddha sobre a mentira - 27/07/2024

Quando era um jovem noviço, Samanera Rahula, o filho do Buddha, podia ser um pouco travesso. Às vezes, ele achava divertido enganar as pessoas a respeito de assuntos menores e observar as suas reações. Um dia, Rahula avistou o Buddha vindo em sua direção. Ele rapidamente preparou um assento adequado e água para lavar seus pés. Quando o Buddha se sentou, Rahula prostrou-se para ele com o coração batendo forte. O Buddha pegou o recipiente de água e apontou para a pequena quantidade de água restante nele. Ele disse que quando um samana não sentia vergonha de contar uma mentira intencional, não restavam mais de suas virtudes de samana do que o resto de água no recipiente. Depois, o Buddha jogou o resto de água fora e disse que, na realidade, o mentiroso jogava fora até mesmo os últimos resquícios de suas virtudes de samana. Ele então inverteu o recipiente de água e disse que o samana que não sentia vergonha de contar uma mentira intencional invertia os próprios princípios nos quais a vida de um samana se fundamentava. Ele então apontou para dentro do recipiente: o mentiroso intencional era tão vazio e oco quanto o recipiente em sua mão. O Buddha então revelou uma grave verdade: não há nenhum mal que alguém que não sinta vergonha ao contar uma mentira intencional não possa fazer.

Mentir não é um defeito menor. Caso se torne habitual, torna-se quase invisível e é a raiz de muitos males. O amor à verdade e a habilidade de cuidar da verdade em situações desafiantes não são coisas pequenas. Eles são a raiz de muito do que é bom e nobre em nossas vidas. Manter a presença mental (sati) em relação ao quarto preceito é uma ferramenta poderosa e subestimada no caminho para a libertação. 

 

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