Contemplação da familiaridade - 09/07/2024
Por dois meses, em 1967, um curso sobre "Persuasão Básica" na Universidade de Oregon State foi frequentado por um sujeito misterioso. A pessoa estava completamente coberta por um saco preto, com apenas seus pés descalços visíveis. Ele se sentava silenciosamente no fundo da sala, sua identidade conhecida apenas pelo professor que ministrava o curso. Os estudantes se referiam à pessoa como "Saco Preto". Eles imaginavam que talvez algum tipo de experimento estivesse em andamento, mas não faziam ideia do que pudesse ser. Na verdade, o assunto do experimento era a mudança das reações dos estudantes em relação ao Saco Preto. Ao longo de dois meses, o professor observou como essas reações mudaram da hostilidade, para a curiosidade, para a amizade. Apesar de a pessoa misteriosa não ter feito nada e não ter falado uma palavra desde o dia que chegou, os sentimentos dos estudantes mudaram. A única explicação para essa mudança era a familiaridade. A descoberta de que as pessoas chegarão a gostar de coisas baseadas unicamente na familiaridade foi utilizada com grande efeito ao longo dos anos por publicitários, profissionais de marketing e vigaristas.
O poder da familiaridade é um objeto produtivo de contemplação para praticantes do Dhamma. Aqui estão apenas duas reflexões: a quantas impurezas mentais nos apegamos com afeição simplesmente porque nos são tão familiares que agora parecem ser partes de quem nós somos? Por outro lado, como a familiaridade com bons exemplos de comportamento nos permitem fazer mudanças positivas em nossa vida que não seríamos capazes de realizar sozinhos?
Comentários
Postar um comentário