Nem tudo é uma questão de equilíbrio - 10/09/2024

Recebo muitos tipos diferentes de perguntas do Dhamma. Algumas eu respondo categoricamente, algumas com uma resposta mais qualificada, algumas respondo com uma contra-pergunta e outras eu deixo de lado. Um dos gêneros mais populares de perguntas começa com as palavras: "como posso encontrar o equilíbrio entre..." Com bastante frequência, eu me vejo salientando que a ideia de equilíbrio ou desequilíbrio entre forças opostas não é sempre a melhor metáfora para entendermos o que está acontecendo em nossas vidas.

Recentemente, uma estudante escolar me perguntou como ela poderia equilibrar sua busca pela excelência acadêmica com a adoção de princípios budistas. Minha contra-pergunta foi: "quais princípios budistas você acredita que estão prejudicando sua busca da excelência e que você acha que precisam ser sacrificados?" Nesse caso, uma caricatura de princípios budistas era o problema, não os princípios em si. Aliás, proponho que se você fosse compor uma lista de todos os obstáculos à excelência acadêmica, você descobriria que práticas baseadas em princípios budistas fornecem os meios mais sistemáticos e efetivos de lidar com eles. Um exemplo desse tópico pode ser encontrado nos suttas quando o brâmane Sangārava pediu ao Buddha conselhos sobre técnicas de memorização (SN 46.55).

Algumas coisas em nossas vidas precisam ser equilibradas, outras precisam ser eliminadas por completo e outras coisas que inicialmente são vistas como opostas umas das outras são, na realidade, apoios mútuos.
 

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