Experiências incomuns na meditação - 19/10/2024

À medida que a prática da meditação evolui, os meditadores podem experienciar percepções incomuns de vários tipos. Na meditação na respiração, por exemplo, pode chegar um ponto em que parece que a respiração desapareceu completamente. Antes disso, meditadores podem se confrontar com imagens mentais ou sons vívidos. A variedade de distorções perceptivas é considerável.

Os erros mais comuns cometidos por meditadores no que diz respeito a esses fenômenos são fascinação, medo e dúvida.

No caso de meditadores que anseiam experiências de pico para validar os seus esforços, a fascinação é o maior perigo. Meditadores que se deixam levar por tais experiências ficam obcecados por elas e se sentem desapontados e desmotivados quando não são capazes de acessá-las. Sua prática descarrilha.

A segunda armadilha é o medo: alguns meditadores experienciam uma perda repentina da sua noção habitual de si mesmos como algo profundamente ameaçador. Eles podem abandonar a meditação por completo, incapazes de suportar o pensamento de repetir tal experiência.

A terceira armadilha é a dúvida. A dúvida - "o que é isso? o que está acontecendo? o que eu faço agora?" - tira a mente da meditação.

Em todos os três casos, a coisa mais importante de se ter em mente é que todos os fenômenos condicionados - sem exceção - surgem e cessam e não são dotados de um "eu" (anattā). A mente estável, fundamentada na presença mental (sati) e na compreensão clara, foca na natureza de processos dos fenômenos. O conteúdo de experiências - sejam elas agradáveis ou desagradáveis, se elas instigam ou não fascinação, medo ou dúvida - não vem ao caso.   

 

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