Escândalos na Sangha - 09/11/2024

Eis aqui parte parte de um diálogo bastante alarmante que ocorreu entre o Venerável Sāriputta e o Buddha numa época em que a Sangha começava a crescer e a prosperar:

"Senhor, há aqueles que partiram da vida leiga não por fé, mas para ganhar a vida. Eles são desonestos, enganosos e dissimulados. Eles são inquietos, cheios de si, vaidosos e grandes tagarelas. Eles não vigiam as portas dos sentidos nem comem com moderação e não são dedicados à vigília... Eles são desrespeitosos em relação ao treinamento... faltam-lhes presença mental (sati) e compreensão clara... tolos, idiotas."

Nos dias de hoje, relatos de monges mal comportados são corriqueiros, embora valha a pena considerar que, como a Sangha tailandesa totaliza mais de 200.000 membros, mesmo uma pequena minoria de maus monges poderia fornecer material suficiente para frequentes histórias escandalosas na mídia. Mas isso não é uma justificativa - é improvável que os problemas se restrinjam a um pequeno número de "maçãs estragadas". Mesmo assim, como o trecho acima destaca, isso não é um problema recente.

Como budistas leigos, a reflexão para tirar disso, creio eu, é que mesmo abençoados por condições externas ideais - morar em mosteiros rodeados por seres iluminados, tendo o próprio Buddha por perto - as impurezas mentais ainda podem envolver a mente humana.

Seja o nosso ambiente propício ou obstrutivo para o trabalho de abandonar as impurezas e cultivar as virtudes, isso sempre será extremamente difícil. Mas que outra coisa vale tanto a pena fazer?