Quebra de preceitos não se discute - 19/11/2024

Quando as pessoas recomendam largar os preceitos em certas circunstâncias, citando flexibilidade, sensibilidade ao momento e ao lugar, deixar a compaixão tomar precedência sobre uma adesão rigorosa a regras e convenções, isso pode soar sábio e maduro. Mas está baseado em uma incompreensão do papel dos preceitos na prática do Dhamma.

Os preceitos nos fornecem limites claros imunes às nossas racionalizações. Nós somos naturalmente talentosos em encontrar justificativas para as nossas ações e falas imprudentes, em apresentá-las da melhor forma possível, em fazê-las parecerem razoáveis ou inevitáveis. Somos tão bons nisso e é um perigo tão grande para nós que, sem uma devoção aos preceitos, nossa prática estagnará.

Não pode haver qualquer transgressão de nenhum dos cinco preceitos, seja qual for a justificativa para isso, sem agir sob uma volição gravemente prejudicial. As volições necessárias para quebrar qualquer um dos cinco preceitos são venenosas, tanto para o nosso próprio bem-estar e felicidade quanto também para a nossa capacidade de contribuir para o bem-estar e a felicidade dos outros.

Nós mantemos nossos preceitos humildemente e, quando necessário, discretamente. Mas somos leais a eles e gratos pela segurança que eles nos fornecem. Nós buscamos ser gentis, compassivos e sensíveis ao momento e ao lugar dentro dos limites dos preceitos. 
 

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