Dor sem sofrimento é uma meta viável - 08/04/2025
Ontem aprendi uma palavra nova: nocicepção.
É definido como o processo neural de codificação e processamento de estímulos - térmicos, mecânicos ou químicos - que são danosos ou que ameaçam causar danos aos tecidos normais. Nocicepção é o que nos permite pressentir e evitar fenômenos potencialmente prejudiciais aos tecidos.
Nocicepção não é dor. A distinção entre os dois é agora amplamente aceita (veja a definição de dor do IASP - Instituto Internacional para o Estudo da Dor). A experiência da dor não é apenas devido a razões patológicas. Ela também é condicionada por fatores emocionais, cognitivos, sociais e culturais.
Emoções negativas como ansiedade, depressão, medo e frustração amplificam a sensação subjetiva da dor. Elas também podem desencadear mudanças fisiológicas (por exemplo, através da liberação de adrenalina e cortisol) que pioram o desconforto físico. Um ciclo miserável de retroalimentação se inicia.
Pensamentos e crenças negativas podem aumentar a gravidade percebida e o impacto da dor. Ruminar sobre a dor de forma não sábia pode levar à "catastrofização da dor". Ficar pensando em desamparo, acreditando em expectativas negativas, afeta a decisão de realizar ou não os tratamentos necessários.
Finalmente, as pessoas ao nosso redor, a sociedade, a cultura afetam como entendemos a dor e nos relacionamos com ela. Sentir-se obrigado a esconder a dor dos outros, por exemplo, pode criar sentimentos intensos de solidão e alienação. A dor é magnificada. Não ter amigos piora tudo.
A boa notícia é que, embora possa ser difícil eliminar as causas fisiológicas da dor, podemos reduzir e até mesmo eliminar os elementos emocionais e cognitivos e nos relacionarmos de forma mais sábia com o ambiente. Dor sem sofrimento é uma meta viável.
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