Uma ciência mais profunda - 14/06/2025

 

Aristóteles e Galeno foram figuras extremamente influentes na medicina ocidental.

É impressionante por quanto tempo suas ideias equivocadas foram aceitas. Aristóteles, por exemplo, acreditava que o coração físico era a sede da cognição, porque sua pulsação o fazia parecer "vivo". O cérebro lhe parecia "frio e inerte" e, portanto, um mero órgão de resfriamento. Ele aplicou sua ideia filosófica da forma vital moldando a matéria inerte à reprodução humana, de uma forma que reforçou a misoginia por séculos.

As ideias de Galeno tornaram-se dogmas que congelaram o progresso da medicina por mais de mil anos. Ele acreditava, por exemplo, que o sangue flui em uma direção, é criado no fígado e consumido pelo corpo. Ele defendia a dissecação, mas apenas de animais. Sua profunda fé de que o corpo humano, como ele o entendia, era a prova da criação divina rendeu às suas teorias a proteção das autoridades religiosas até o Renascimento.

Lembro-me de uma meditadora leiga, há muitos anos, me contando como, certo dia, imagens extremamente vívidas e detalhadas de órgãos internos surgiram em sua mente. Somente quando ela comprou um livro de anatomia ilustrado com fotografias foi que ela conseguiu identificar o que tinha visto.

A experiência desta mulher fez-me imaginar em que extensão os meditadores nos países asiáticos desempenharam um papel na prevenção de que a ciência médica tradicional desses países fosse descarrilada por ideias equivocadas sobre o corpo humano que causaram tanto sofrimento desnecessário em outras partes do mundo.

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