Não transforme meios em fins - 19/07/2025

 

A mente não iluminada gosta de transformar meios em fins. O exemplo óbvio é o dinheiro. Quando o acúmulo de riqueza se torna um fim em si mesmo, todos os tipos de toxicidade acontecem, pessoais e sociais. O Buddha não criticou a aquisição de riqueza em si. Mas ele condenou o acúmulo de riqueza. Ele ensinou que a riqueza deve ser adquirida eticamente e então usada para a felicidade e o bem-estar de si mesmo e dos outros.

No budismo, a fé é considerada um meio e não um fim. Sua função é energizar a mente, esclarecendo objetivos e valores. Mas ela também deve ser governada pela sabedoria, porque, em excesso,  facilmente leva à superstição e ao fanatismo.   Essa visão nuançada da fé é incomum. Em muitas sociedades hoje, a fé é considerada um fim e não um meio. Ter uma forte fé em algo é considerado, em si mesmo, uma prova de bondade. A ideia mágica que abunda é que se você simplesmente acreditar em algo com força suficiente, aquilo se tornará verdade. A própria fé se torna um falso deus.

No budismo, continuamos voltando à teia de causas e condições que moldam nossas vidas. Simplificamos onde podemos, mas não esquecemos que a simplificação é também um meio, e não um fim. Às vezes, precisamos fazer as pazes com a complexidade.


Comentários

Postagens mais visitadas