Os perigos de deleitar-se nos prazeres sensoriais - 22/07/2025

 

No Potaliya Sutta (MN 54), o Buddha lista uma série de símiles vívidos para ilustrar as desvantagens e os perigos de deleitar-se nos prazeres sensoriais.

1. Um cão faminto rói desesperadamente um osso sem carne, manchado de sangue. Ele não consegue satisfazer sua fome fazendo isso e só se torna, cada vez mais, exausto e frustrado.

2. Uma ave de rapina rouba um pedaço de carne e é perseguida por outras aves, que a rasgam com bicos e garras. Os prazeres sensoriais são desejados por muitos. Agarrá-los para si mesmo torna a pessoa objeto de ciúme, inimizade e violência.

3. Uma pessoa carrega uma tocha acesa contra o vento e é queimada por ela enquanto caminha. Os prazeres sensoriais prejudicam o bem-estar físico e mental enquanto são consumidos.

4. Uma pessoa está sendo arrastada para um poço de brasas brilhantes. O Kamma criado a partir do desejo pelo prazer sensorial a arrasta involuntariamente para o sofrimento futuro.

5. Um sonho agradável proporciona apenas uma felicidade temporária e ilusória. Uma vez terminado, nada resta. Os prazeres sensoriais são transitórios e insubstanciais.

6. Uma pessoa desfruta e ostenta bens emprestados, esquecendo-se de que não são verdadeiramente seus donos. Quando chega a hora de abrir mão dos bens, ela fica devastada. Acreditar que temos o direito aos prazeres sensoriais torna a separação deles extremamente difícil.

7. Uma pessoa sobe em uma árvore para colher seus frutos. Alguém vem e corta a árvore, causando a morte ou ferimentos graves à primeira pessoa. Os prazeres sensoriais são frágeis, contingentes. A separação dolorosa pode ocorrer a qualquer momento.