Acredita-se que o xadrez tenha sido inventado na Índia, cem anos antes da época de Buddha. A história conta que o inventor apresentou seu jogo ao rei, que, muito satisfeito, o convidou a escolher sua recompensa. O homem respondeu que grãos de arroz bastariam: um para o primeiro quadrado, dois para o segundo, quatro para o terceiro, oito para o quarto e assim por diante. Isso pareceu um pedido muito humilde ao rei, até que lhe foi apontado que, se ele concordasse, o número total de grãos no tabuleiro seria realmente muito alto. O número é, na verdade, 18 quintilhões (18 milhões de milhões de milhões, ou 2 elevado a 64). É a demonstração clássica de crescimento exponencial. Por que o homem faria tal pedido não está claro. Talvez ele desejasse ser uma fonte de anedotas históricas ao longo dos séculos, e manter a cabeça presa ao corpo não tivesse grande importância para ele.
Hoje, a possibilidade de crescimento exponencial em IA, por exemplo, ou as infecções virais ou a degradação ambiental tornam a ganância e a negligência cada vez mais prejudiciais. Toda a raça humana está em risco. Mas, em um nível pessoal, os fenômenos do crescimento exponencial podem ser considerados de uma maneira mais edificante. O princípio básico é que começos modestos podem levar a resultados surpreendentes com o tempo. Estaríamos fazendo uma suposição injustificada de que nosso progresso futuro no Dhamma será gradual e linear, quando, na verdade, podemos simplesmente estar em uma das primeiras casas do tabuleiro de xadrez?
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