Cultivando visão clara para respostas sábias nas situações difíceis - 11/11/2025
Se alguém lhe que desse um tapa na cara (que isso nunca aconteça!), seria correto dizer: "Ele me machucou". Quem quer que tenha lhe dado um tapa, quando quer que tenha lhe dado um tapa, qualquer que fosse seu humor no momento, o efeito teria sido o mesmo. O tapa dado equivaleria a sua dor.
Mas o surgimento da dor mental e da emoção não pode ser atribuído tão diretamente às ações de outra pessoa. É comum, por exemplo, dizer: "Eles me deixaram com raiva", mas se você fica com raiva ou não, e, se fica, quão forte essa raiva se torna, depende de muitos fatores, principalmente internos. Sua personalidade —o quão propenso você é à raiva— desempenha um papel. Seu humor no momento da provocação, outro. Seus sentimentos em relação à pessoa que disse ou fez algo que você considera desagradável é mais um. A extensão em que você cultivou sati, tolerância e mettā talvez seja o fator mais significativo.
As palavras e ações de outra pessoa são fatores condicionantes para o surgimento da raiva. Mas não são sua causa raiz. A causa raiz é o desejo, manifestado como uma incapacidade em aceitar não conseguir o que se quer, o que se pensa que deveria acontecer. Culpar outras pessoas ou eventos por nossas emoções negativas vem de não olhar de perto o suficiente para o que está realmente acontecendo. Os ensinamentos do Buddha não são mandamentos moralistas do tipo "faça isso!", "não faça aquilo!". Eles nos desafiam a cultivar as condições para uma visão clara e observar como essa visão clara fornece as respostas mais sábias às circunstâncias difíceis.



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