Alto lá, senhor crítico interior - 16/12/2025

Cínicos se consideram realistas, heróis corajosos o suficiente para encarar sem pestanejar as verdades desagradáveis da vida para as quais a maioria das pessoas fecha os olhos. Eles descartam a ideia de altruísmo como ingenuidade, pensamento desejoso. Os cínicos mais cerebrais são atraídos pelas teorias da biologia evolutiva e frequentemente as tratam como verdades absolutas. A ciência nos diz, dizem eles, que a bondade se resume à replicação dos genes.

Alguém sacrifica um dia de folga para trabalho de caridade ou para fazer uma boa ação. Ao longo de muitas horas, alguns pensamentos dispersos surgem em sua mente, antecipando os elogios que podem receber por isso. O prazer aparece em sua mente. Então o cínico dentro deles diz: "Vamos ser honestos. É realmente por isso que estou fazendo essas coisas, não é?" A voz crítica interior se sente tão autêntica... Mas uma questão permanece: o que fundamenta que alguns pensamentos autoengrandecedores sejam considerados mais reais do que todos os pensamentos gentis, generosos e altruístas que os precederam e sucederam? Por que um pensamento negativo é mais autêntico do que um positivo?

Sati (atenção plena) aos estados mentais não ocorre no vácuo. Nossas crenças, valores e preconceitos condicionam os pensamentos que surgem em nossas mentes e o peso que lhes damos. Fundamentar-nos na Visão Correta é essencial para o crescimento no Dhamma. Nenhuma voz impermanente em nossa cabeça, positiva ou negativa, é quem somos.

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