Encontrar a verdade não basta - 02/12/2025

Uma ideia que absorvi dos meus estudos das religiões asiáticas na adolescência foi que, simplesmente permanecer na presença de um grande ser, ajuda, por uma espécie de osmose espiritual, a purificar a mente. Concluí, a partir disso, que encontrar tal ser e estar o mais próximo possível dele era certamente uma parte crucial do desenvolvimento espiritual de alguém.

Essa foi uma das primeiras ideias do tipo que eu vim a rejeitar durante meu tempo na Índia. O que me fez mudar de ideia foi observar o comportamento de alunos de longa data de grandes mestres. Fui atraído pela ideia budista Theravada do professor como o melhor amigo possível, em vez de um distribuidor de bênçãos. Mas na Tailândia também observei, ao longo dos anos, alunos próximos dos professores mais sábios caírem nas antigas armadilhas do orgulho e da negligência, do ciúme e da rivalidade. De fato, parecia que, em alguns casos, a proximidade prolongada com o professor havia aumentado as impurezas dos alunos, em vez de diminuí-las.

A razão para isso? Acho que precisamos procurar uma resposta não além do que no Dhammapada. Lá, o Buddha compara o Dhamma a uma sopa, um aluno sábio à língua que a saboreia, e o aluno tolo a uma concha. Para realmente conhecer o Dhamma, devemos aprender a recebê-lo. Encontrar a verdade é uma coisa, conhecer as condições sob as quais ela pode transformar a mente, e cultivar essas condições, é outra.