Torcer por aqueles dignos de torcida - 12/10/2024

Quando menino, como a maioria dos homens ingleses da minha geração, eu me apaixonei pelo futebol. Eu me lembro de como em 1970, depois de negociações intensas, meu pai concordou em me acordar no meio da noite para assistir aos jogos da seleção da Inglaterra na Copa do Mundo, transmitida ao vivo (por satélite!) do México.

Alguns anos mais tarde, dois jogadores estavam competindo pela posição de goleiro no time para o qual eu torcia. Um deles era uma figura extravagante que fazia defesas de tirar o fôlego a cada jogo, mergulhando de corpo inteiro para a esquerda e para a direita da maneira mais emocionante. O outro era uma figura um tanto sisuda. Ele só raramente fazia as defesas dignas de uau! do seu rival. As defesas que ele fazia pareciam competentes, mas deselegantes e corriqueiras. Eu não conseguia entender por que foi este que se tornou o goleiro titular do time.

Mais tarde, quando eu mesmo jogava como lateral em um time local, eu trouxe o assunto à tona com o treinador. Ele explicou que o segundo jogador "lia o jogo" tão bem, seu posicionamento era tão astuto, que ele dificilmente tinha a necessidade de fazer o espetacular. Muitas das defesas maravilhosas que o outro jogador fazia só eram necessárias por causa das fraquezas que ele demonstrava em outras áreas do seu jogo.

Foi uma revelação para mim, uma que eu nunca esqueci. As melhores pessoas para se ter como líderes e exemplos não são as figuras chamativas, os brilhantes  solucionadores de problemas, mas aqueles que trabalham constantemente, silenciosa mas efetivamente, prevenindo o surgimento de problemas em primeiro lugar.

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