Deixe que digam, que falem... - 10/12/2024

 

Um homem e seu filho partiram em uma jornada. O homem disse ao filho para se sentar no burro deles, enquanto ele caminhava ao lado. Conforme o dia avançava, eles ouviam mais e mais palavras de crítica das pessoas ao longo da estrada:

"Olhe para aquele garoto. Ele parece saudável o suficiente e ainda assim se senta no burro e deixa seu pai andar. Isso é tão típico dos jovens de hoje. Nenhum respeito pelos mais velhos".

O menino começou a sentir vergonha. Ele insistiu que ele e seu pai trocassem de lugar. Depois de um tempo eles começaram a ouvir palavras de crítica novamente:

"Olha pra isso! O pobre menino tem que andar, enquanto seu pai monta no burro".

O homem começou a se sentir desconfortável. Ele disse: "É melhor se nós dois andarmos, assim ninguém vai poder nos criticar. Então eles continuaram a jornada, ambos caminhando. Um tempo depois, eles ficaram cientes das vozes das pessoas que passavam pela estrada: 

"Olhe para aqueles tolos. Os dois andando sob este sol quente e nenhum deles montado no burro."

Sobre este assunto, o Buddha disse uma vez:

"Eles criticam o que é silencioso. Eles criticam o que fala muito, e o que fala com moderação. Não há ser neste mundo que não seja criticado.

Nunca houve, nunca haverá, nem há alguém que seja sempre criticado ou sempre elogiado". 

(Dhammapada 227-228)