Sati: uma ferramenta a ser cultivada com consistência e paciência - 14/12/2024
Imagine que você tem um carro caro estacionado na frente de sua casa (talvez você tenha!). Ele é objeto de admiração e de alguma inveja dos transeuntes. Toda vez que você olha para ele, sente uma pontada de prazer. Então um dia ocorre uma emergência e você tem que chegar a algum lugar rapidamente, talvez até a um hospital. Mas você não consegue encontrar a chave do carro. Desastre! Depois você percebe um padrão: quanto mais você precisa da chave, mais difícil é encontrá-la.
Nosso conhecimento do que é bom e ruim, certo e errado, apropriado e inapropriado - todas as palavras sábias que absorvemos - pode ser sólido, mas é como um carro caro. Quando estamos em um momento de crise, recorrentemente esse conhecimento não está ali disponível. Ele não nos apoia. Por quê? Porque não conseguimos encontrar a chave para ele a tempo. Na verdade, é mais do que isso, nós esquecemos até que temos um carro.
A prática do Dhamma nos dá ferramentas eficazes para entender e treinar nossas mentes. Ela nos leva além de meramente sustentar ideais e princípios como posições filosóficas. Ela nos permite viver de acordo com nossos princípios nos bons e nos maus momentos, independentemente de circunstâncias externas. O ponto importante aqui é que isso tem que ser aprendido. A presença mental (sati, mindfulness) tem que ser cultivada com paciência e consistência. A ausência de presença mental (mindlessness) acontece por si mesma; a presença mental (mindfulness) não.
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